Pré-candidato do PMDB ao governo da Bahia, o ministro Geddel Vieira Lima (Integração Nacional) admitiu neste sábado que a aliança nacional do partido com o PT não será respeitada em Estados onde os dois partidos têm candidatos aos governos locais. Geddel disse que o caminho para a legenda será fortalecer a aliança nacional, com liberdade para que os partidos apresentem candidatos distintos nos Estados.
"Nem o PMDB nem nenhum partido tem unanimidade. Onde não houver condições, temos que ter alternativas para o projeto nacional ser preservado", afirmou.
Geddel deve disputar o governo da Bahia com Jacques Wagner (PT), que vai concorrer à reeleição. Apesar da pressão do Palácio do Planalto para que os dois chegassem a um consenso em torno de uma única candidatura, não houve acordo entre PT e PMDB --o que vai gerar para a ministra Dilma Rousseff (Casa Civil) dois palanques no Estado.
Apesar da disputa regional, Geddel disse que o PMDB está unido em torno da candidatura de Michel Temer (PMDB-SP) para ser reeleito presidente do partido --e, futuramente, indicado para a vice-presidência na chapa de Dilma à Presidência da República.
"O partido já deixou registrado que a aliança nacional prevê o PMDB na chapa [de Dilma]. O nome que representa o partido é o do presidente Michel Temer", afirmou.
Convenção
O PMDB realiza hoje convenção nacional para reeleger Temer presidente do partido. Com chapa única, o peemedebista tem o apoio da maioria da legenda. Mas o grupo contrário à aliança do partido com o PT tentou barrar judicialmente a convenção --já que a eleição de Temer fortalece o seu nome para a chapa com Dilma.
Ao chegar para a convenção, Geddel minimizou a ofensiva do grupo contrário à aliança com o PT. "O partido não tem nem busca unanimidade em relação à questão eleitoral. Internamente, ele [Temer] tem ampla maioria. O PMDB sai da convenção fortalecido", afirmou.
Ontem à noite, a desembargadora Vera Andrighi, do Tribunal de Justiça do Distrito Federal, concedeu liminar ao grupo contrário à aliança com o PT para suspender a convenção. A desembargadora entendeu que não houve prazo suficiente para apresentação de uma chapa contrária à de Temer e que por isso a convenção deveria ser suspensa. A decisão acatou recurso assinado pelos diretórios de São Paulo, Santa Catarina, Paraná e Pernambuco.
O grupo de Temer conseguiu reverter, no STJ (Superior Tribunal de Justiça) a decisão da desembargadora. O grupo de Temer nega que o objetivo da convenção seja fortalecer seu nome para ser indicado à vice-presidência da República na chapa de Dilma, mas nos bastidores costura o fortalecimento do peemedebista para se tornar o único nome viável para o cargo na aliança com o PT.
O PMDB do Paraná apoia, em sua maioria, a indicação do governador do Estado, Roberto Requião (PMDB), como pré-candidato do PMDB à Presidência da República. Em dezembro, Requião lançou sua pré-candidatura ao Palácio do Planalto. O governador do Paraná conquistou o apoio do PMDB de São Paulo, contrário à aliança nacional do partido com o PT.
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