quarta-feira, 25 de novembro de 2009

Na Bahia, PMDB terá de pedir para voltar à aliança

Do UOL Notícias
Em Brasília
Para o governador da Bahia, Jaques Wagner (PT), a aliança regional com o PMDB no seu Estado só será possível se a iniciativa partir dos próprios peemedebistas. A declaração praticamente elimina a possibilidade de reaproximação entre os dois partidos em solo baiano, onde estão rompidos desde agosto.

Em entrevista exclusiva ao jornalista Fernando Rodrigues (clique aqui para segui-lo no Twitter ), colunista do UOL Notícias e da "Folha de S.Paulo", o governador baiano disse que o desejo de acabar com a aliança que o elegeu em 2006 partiu do PMDB. Um novo convite não será feito pelo PT do Estado.

"Não será por meu convite. Eu convidei a primeira vez e ele [o PMDB] resolveu sair do governo", disse o governador. "Quanto mais o tempo passa, mais difícil fica".

Sem a aliança, Wagner deverá enfrentar, entre outros adversários, o ministro Geddel Vieira Lima (Integração Nacional) nas eleições do próximo ano ao governo do Estado.

"Quem criou problema foi o PMDB local que resolveu ir contra a vontade do governador e do presidente", diz Wagner. "O ministro Geddel resolveu que a hora era dele."

Carlismo acabou
Em 2006, Wagner foi eleito após 16 anos de comando de políticos ligados a Antônio Carlos Magalhães no governo do Estado. Segundo o governador, ACM não teve um substituto após sua morte em 2007 e o "carlismo" não existe mais.

"Com a ausência física do senador, ele [o carlismo] já acabou", diz Wagner.

O governador diz que a redução do espaço da Bahia no noticiário nacional desde a saída dos carlistas do poder não se deve à redução da importância do Estado. "ACM era extremamente polêmico, criava muitos fatos políticos. Meu estilo é muito diferente. Sou muito mais discreto, muito menos barulhento", diz o governador, nascido no Rio de Janeiro.

Na próxima eleição, Wagner deverá ter como principal adversário Paulo Souto -ex-governador, filiado ao DEM e ligado ao grupo político de ACM (leia aqui pesquisas sobre a disputa na Bahia e em outros Estados). Wagner acredita que a disputa será descentralizada entre vários candidatos. Ele não quis emitir opinião sobre se o racha entre PMDB e PT favorecerá Souto.

"A política baiana ganhou a complexidade que tem nos Estados do Brasil. Não é mais aquele jogo a favor ou contra quem é do DEM e do PFL", diz Wagner.

Mensalão não foi golpe
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse, no dia 11 de novembro, que o escândalo do mensalão foi uma tentativa de golpe da oposição contra o seu governo. Wagner discorda da avaliação do presidente. Na época da denúncia, o governador era ministro das Relações Institucionais e o responsável por intermediar as relações entre o Congresso e o Planalto.
"Não acho que teve um golpe, na medida em que teve o jogo dentro da democracia", diz Wagner. "Alguns dos nossos erraram, foi um fato objetivo que veio a público. [...] Ficou claro que o PT era um partido de homens e mulheres. Não era um partido dos anjos".

Um dos fundadores do PT, Wagner disse que não há problemas no fato de a ministra Dilma Rousseff (Casa Civil), pré-candidata à Presidência apoiada por Lula, não ser oriunda dos quadros antigos do partido. Segundo ele, o presidente Lula não pode ser acusado de criar uma candidata à revelia do partido.

"Se o PT entrasse numa briga interna terrível, iriam acusá-lo do contrario", diz Wagner. "Se eu quisesse [ser candidato à Presidência], e fui muitas vezes estimulado para isso, teria uma prévia".

Prisões na Bahia
A Polícia Civil da Bahia prendeu 7 pessoas na última terça-feira (24) por causa de um suposto esquema de corrupção na área de transportes.

Entre os detidos está Antônio Lomanto Neto, que, por indicação do PMDB, ficou à frente por 32 meses da Agerba (Agência Estadual de Regulação de Serviços Públicos de Energia, Transportes e Comunicações da Bahia).

Wagner disse que a prisão de Lomanto não tem conotação política. "Não acompanho nem fico monitorando investigação", disse.

Segundo o governador, a investigação começou há cerca de seis meses após empresários do setor suspeitaram de corrupção em contratos.

Brasil e Irã
Filho de judeus refugiados da Polônia, Wagner apoiou a iniciativa do presidente Lula receber o presidente do Irã, Mahmoud Ahmadinejad. O iraniano nega a existência do holocausto e apóia o fim do Estado de Israel.

Segundo Wagner, a recepção de Ahmadinejad não significa apoio às suas posições. "Botar alguém num corner é transformar essa pessoa em bicho ou transformá-la em mais bicho do que ela já é. É melhor chamar para a mesa de negociação", disse Wagner.

O governador acredita que Ahmadinejad presta um "desserviço" à causa palestina. Wagner disse que deve embarcar ju

sexta-feira, 6 de novembro de 2009

Caetano: Lula é analfabeto; PT: ele é pós-graduado

Caetano Veloso e Lula têm algo em comum. Ambos são compositores.



Como artista, Caetano compõe músicas. Como político, Lula compõe com todo mundo.



De resto, a dupla se iguala no hábito de falar além do necessário.



Pois bem. Dando azo às afinidades, Caetano resolveu desancar Lula.



Em meio a uma declaração de apoio a Marina Silva, chamou-o de analfabeto:



"Marina é Lula e é Obama ao mesmo tempo. Ela é meio preta, é cabocla...”



“...É inteligente como o Obama, não é analfabeta como o Lula, que não sabe falar, é cafona falando, grosseiro. Ela fala bem".



Abespinhado, o grão-petê Ricardo Berzoini disse que Caetano tem “grande desprezo pela democracia”.



E concedeu títulos extracurriculares a Lula: "Quem conhece a trajetória de Lula e vê a liderança internacional que ele tem hoje sabe que ele é pós-graduado...”



Pós-graduado “em política, administração e relações internacionais".



Ninguém exige de Lula que seja um Caetano. Mas passou-se a exigir de Caetano que reaja politicamente.



É certo que Lula estudou menos do que deveria.



Na bastasse o exemplo de Marina, que iniciou a alfabetização aos 16, Vicentinho (PT-SP), um advogado temporão, é prova de que não faltou tempo ao ex-sindicalista. Sobrou-lhe preguiça.



É certo também que Lula, portador de logorréia incurável, fala pelos cotovelos.



No dizer do poeta Mario Quintana, o autodidata não é senão “um ignorante por conta própria”.



E, por vezes, Lula passa a impressão de que encontra prazer no exercício da ignorância.



O diabo é que, ao reagir a Lula, Caetano serviu-se da mesma cafonice e grosseria que enxerga no alvo.



Numa evidência de que boa escola não assegura elegância, Caetano esbofeteou os milhões de brasileiros apartados do banco da escola pela privação.



Por sorte essa gente prefere as canções sertanejas à MPB. Mas Caetano não perderia nada se desperdiçasse um naco de seu tempo ouvindo Caetano. Recomenda-se "Calúnia":



“Quiseste ofuscar minha fama
E até jogar-me na lama
Só porque eu vivo a brilhar
Sim, mostraste ser invejoso
Viraste até mentiroso
Só para caluniar
Deixe a calúnia de lado
Se de fato és poeta
Deixe a calúnia de lado
Que ela a mim não afeta
Se me ofendes, tu serás ofendido
Pois quem com ferro fere
Com ferro será ferido
Quiseste ofuscar minha fama
E até jogar-me na lama
Só porque vivo a brilhar”

Escrito por Josias de Souza às 03h58