sábado, 30 de maio de 2015

Organizadores da Semana da Mata Atlântica propõem criar nova reserva da biosfera


André Pessoa
Serra Vermelha, no Piauí
Proposta também prevê criação de parque na Bahia. Objetivo é resguardar os atributos de biodiversidade, cênicos e arqueológicos da região.
Por: Luciene de Assis - Editora: Melissa Silva
A secretária de Biodiversidade e Florestas do Ministério do Meio Ambiente (MMA), Ana Cristina de Barros, participou, nesta sexta-feira, 29/5, dos debates finais da Semana da Mata Atlântica, realizada no campus da Universidade Federal do Sul da Bahia (UFSB), em Porto Seguro, Bahia. Foram apresentados nove planos municipais para a Mata Atlântica, em elaboração no Sul e extremo Sul da Bahia, com proposta de criação da Reserva da Biosfera Marinha Abrolhos-Trindade, além da divulgação de estudos da UFSB para a conservação da Mata Atlântica.
O evento foi realizado pela Rede de ONGs da Mata Atlântica, Reserva da Biosfera da Mata Atlântica e pelo MMA com o tema “Biodiversidade e mudança do clima na Mata Atlântica”. As entidades organizadoras defenderam a criação do Parque Nacional Serra Vermelha, no Piauí, com o objetivo de resguardar os atributos de biodiversidade, cênicos e arqueológicos da região.
RECUPERAÇÃO
O analista da Gerência de Conservação de Ecossistemas do MMA, Mateus Motter Dala Senta, apresentou, para discussão, a proposta de Plano Nacional para Recuperação da Vegetação Nativa (Planaveg). O objetivo foi o de apresentar contribuições no âmbito da Lei de Proteção da Vegetação Nativa (Lei nº 12.651/2012) para Mitigação e Adaptação à Mudança do Clima na Mata Atlântica.
Durante a Semana da Mata Atlântica, iniciada dia 27/5, foram discutidas as lições já aprendidas e as perspectivas de ações de conservação e recuperação do bioma, que contribuam para a mitigação (redução das consequências) e adaptação à mudança do clima. Entre os parceiros que viabilizaram a realização do evento estão Cooperação Alemã para o Desenvolvimento Sustentável (GIZ, na sigla alemã), o Banco de Cooperação da Alemanha KfW, e as Secretarias Estadual e Municipal de Meio Ambiente da Bahia.
SUSTENTABILIDADE
Os eventos da Semana, que termina neste sábado, 30/5, reuniram informações inéditas sobre a conservação da Mata Atlântica, com o lançamento de publicações e campanhas, como a de mobilização para a criação do Parque Nacional Serra Vermelha, no Piauí. Foi lançada, ainda, a nova cartilha sobre a Lei da Mata Atlântica, organizada pelo Ministério Público da Bahia.
As atividades da Semana da Mata Atlântica foram realizadas, estrategicamente, em Porto Seguro, sul da Bahia, porque a região abriga um dos três mosaicos de Unidades de Conservação onde aconteceram atividades do Projeto Biodiversidade e Mudanças Climáticas, coordenadas pelo MMA e GIZ/KfW. Os organizadores visaram reforçar o conceito da região como área prioritária para a conservação do bioma Mata Atlântica e para o desenvolvimento de práticas sustentáveis.
Assessoria de Comunicação Social (Ascom/MMA) – 2028.1165

segunda-feira, 4 de maio de 2015

MMA comemora o nascimento da centésima ararinha-azul

ICMBIO

Filhote Centurion nasce no Catar e aumenta as chances de o Ministério atingir a meta para reintroduzir a espécie, considerada extinta na natureza, na caatinga baiana
Ascom/MMA com informações do ICMBIO. Edição: Sérgio Maggio
O Ministério do Meio Ambiente (MMA) comemora o nascimento do centésimo filhote de ararinha-azul (Cyanopsitta spixii) em cativeiro. Centurion foi gerado na sede da organização não-governamental (ONG) Al Wabra Wildlife Preservation, no Catar. No dia 21 março, outra ave nasceu. Desta vez, em Berlim. Marcus está sob os cuidados da ONG Associação para a Conservação dos Papagaios Ameaçados (Association for the Conservation of Threatened Parrots (ACTP).
Considerada extinta na natureza, desde o ano 2000, todos os indivíduos da espécie encontram-se em cativeiros localizados no Brasil, na Alemanha e no Catar, parceiros do MMA por meio do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio).
Cresce assim a possibilidade de atingir o objetivo para aumentar a população em cativeiro a fim de que seja viável fazer a reintrodução na natureza. "As restrições genéticas da espécie são um desafio. Nossos parceiros têm superado os obstáculos, o que nos faz acreditar que conseguiremos, em breve, retornar a espécie ao seu local de origem: a caatinga baiana", comemorou Camile Lugarini, veterinária do Centro Nacional de Pesquisa e Conservação de Aves Silvestres (Cemave/ICMBio).
Com o nascimento de Centurion, o décimo do ano, a meta de crescimento da população foi ultrapassada. "Para garantir um crescimento sustentável da população, é necessário um aumento de 10% ao ano no número de aves", explicou o diretor da Al Wabra, Cromwell Purchase. "Alcançamos esse número pela primeira vez, em 2015. Estamos muito animados. É um marco para o programa", apontou Purchase.
CRONOGRAMA MANTIDO
O nascimento da centésima ararinha-azul é mais um importante passo para a recuperação da espécie e permite que o cronograma para a reintrodução da espécie seja mantido. "As conquistas reforçam a esperança de voltar a ver as aves voando livres, novamente", declarou em nota a Al Wabra.
Para que a soltura das aves seja bem-sucedida, ainda é necessário recuperar o habitat natural das ararinhas-azuis e fazer um trabalho de educação ambiental com a população local. "A perda de habitat e o tráfico levaram a ararinha-azul a desaparecer da natureza. Se as pessoas não caçarem, não comprarem e denunciarem o tráfico de animais silvestres, seguramente teremos um número menor de espécies em risco de extinção no Brasil", destacou Marcelo Marcelino, diretor de Pesquisa, Avaliação e Monitoramento da Biodiversidade do ICMBio,.
PROJETO
Em 2011, foi lançado o Plano de Ação Nacional para a Conservação da Ararinha-azul – PAN Ararinha-azul, coordenado pelo Centro Nacional de Pesquisa e Conservação de Aves Silvestres - CEMAVE, do ICMBio. Uma das ações do PAN é o Programa de Cativeiro. Os animais são mapeados geneticamente para a formação de casais que tenham maior probabilidade de gerar filhotes saudáveis.
Além dos criadouros (Association for the Conservation of Threatened Parrots (ACTP), na Alemanha; Al-Wabra Wildlife Preservation, no Catar; Nest e Fundação Lymington, no Brasil), que trabalham para garantir a reprodução da espécie em cativeiro, o projeto conta com a parceria da Vale e de organizações da sociedade civil sem fins lucrativos, como o Fundo Brasileiro para a Biodiversidade (Funbio) e a Sociedade para a Conservação das Aves do Brasil (SAVE Brasil).

Links:
Saiba mais sobre a ararinha-azul
Saiba mais sobre as ações de conservação
Veja como foi o nascimento de Marcus