segunda-feira, 18 de novembro de 2013

Sondada pelo PSB, Eliana Calmon diz que 'não vê mal' em concorrer
 

DE SALVADOR

Ouvir o texto

Sondada pelo presidenciável Eduardo Campos para ser candidata a senadora pelo PSB da Bahia, a ex-corregedora do CNJ (Conselho Nacional de Justiça) Eliana Calmon diz que "não conhece nada da política", mas que "não vê mal" em disputar um mandato nas eleições de 2014.

A ministra do STJ (Superior Tribunal de Justiça) é vista como um trunfo para criar um palanque forte para Campos na Bahia, tendo a senadora Lídice da Mata (PSB) como candidata ao governo do Estado. O partido desembarca em dezembro do governo Jaques Wagner (PT) para armar um voo solo no quarto maior colégio eleitoral do país.

Desembargadores afastados do TJ da Bahia dizem que CNJ faz 'caça às bruxas'

A ministra afirma que ainda está reticente quanto a deixar a magistratura. "Não tenho filiação, não conheço nada de política", afirmou. Contudo, lembra a proximidade da sua aposentadoria no tribunal, prevista para setembro de 2014, para buscar um novo campo de atuação. "Pode ser um novo caminho. Não vejo mal (em uma candidatura)", disse a ministra.

Caso deseje disputar as eleições, Calmon terá de deixar o STJ e se filiar a um partido até abril de 2014. Ela conta que recebeu "convites de todos os principais partidos, menos o PT".

A Folha apurou que, caso ingresse na vida política, seu destino deverá ser mesmo o PSB. As negociações com o partido, que incluíram conversas com Eduardo Campos e Marina Silva, estão bastante adiantadas.

TJ-BA

Calmon diz que acompanha de perto as últimas decisões do CNJ que resultaram no afastamento e na investigação dos desembargadores Mário Alberto Hirs e Telma Britto, respectivamente presidente e ex-presidente do Tribunal de Justiça da Bahia, e que a decisão era esperada.

Segundo ela, o afastamento é resultado de três anos de não cumprimento de determinações feitas pelo CNJ, relacionadas a pagamento de precatórios, realização de concursos públicos e funcionamento de cartórios na Bahia. "O afastamento aconteceu porque nada do que o CNJ determinou foi feito. Ia fazer o quê, continuar determinando sem ter um fim?"

E criticou a defesa dos desembargadores, que alegam perseguição: "Acho que fica feio ficar jogando a culpa em cima de A ou B. A culpa é de quem não resolveu aceitar um órgão [o CNJ] que está aí para corrigir a gestão do poder Judiciário".